terça-feira, 16 de setembro de 2008

“Cães são animais mais sábios que os homens. Eles não desperdiçam seus dias acumulando propriedades, nem perdem o sono se preocupando em como manter os bens que possuem, ou como obter coisas que não tenham. Eles não têm nada de valor para deixar em testamento, somente amor incondicional e verdadeiro e sua lealdade.”

Venho hoje, em meu primeiro post no Coroinha Popstar deixar registrado que estou torcendo pela sobrevivência de Billy, o dog do Nando.
Billy com certeza cumpriu sua missão canina acompanhando a família Impagliazzo com muita dedicação e amor - o que com certeza ele possuia mais do que o suficiente para dar e vender - e proporcionando felicidade à todos a seu redor. Seus olhos estão cansados, mas ainda passam a inocência e bondade de um cãozinho.
Lembro-me no filme "Amor Além da Vida", onde o personagem de Robin Williams morre e acaba indo para um lugar onde encontra Katie, a dálmata da família, que tinha sido sacrificada por ter uma doença incurável. O personagem logo se pergunta se tinha parado no céu dos cachorros, sendo que o lugar era lindo demais para ser comparado ao céu dos homens.
Nando, não se preocupe, se for para o Billy descansar, ele vai realmente descansar em paz. É normal que você sinta saudades, mas acredite, ele nunca vai esquecer de tudo o que fez por ele.
Billy, all things go!

sábado, 13 de setembro de 2008

A artista no século XXI


Desde muito tempo – calcula-se desde a Grécia antiga – existe um costume cultural humano de transmitir e apresentar sua cultura através da reação de um público. Atividade que era essencialmente filosófica e transformadora. Porém, no mundo atual, almejam-se interesses econômicos como uma conseqüência dessas reações públicas meramente pessoais e porque não artísticas e culturais. Com seu ídolo posto em genialidade hoje não é também de admirar que o público tomasse esse mesmo caminho egoísta. Li no O Globo faz alguns dias que alguns autores literários estão perdendo tanta visibilidade uma vez que hoje os padrões são outros e permitem que gente boa perca credibilidade. O que é verídico: dá pra sentir isso em quase tudo hoje em dia: o público nunca foi tão preconceituoso.

No infeliz caso da música – no qual eu me aprofundo neste texto – percebe-se regressivamente uma necessidade de mercado burra, recente e absurda depois da velhice e aposentadoria da indústria fonográfica. Incrivelmente o número de “faça você mesmo”’s tem aumentado e essa demanda não é tão obviamente suprida pela indústria maior do mercado. Nascem aí as atividades underground e a necessidade dos consagrados fazerem mais shows para atenderem ao mercado musical. Competições são abertas aos que já fizeram fama, e é neste âmbito que eu começo a escrever a minha crítica:

Vivem acima do topo dessa cadeia alimentar musicais, os já tanto criaram e foram influenciados e influenciáveis. Não é de hoje que eles são o que são. Ou mesmo foram o que foram nas capas de LPs e CDs. São tão geniais como aqueles que algum dia sonham alcançar o topo. No meio da crise fonografia e os gregos existiu a proposta dos Beatles de popularizarem-se através de videoclipes. Assim o mundo conheceu uma gama de possibilidades apelativas através da imagem. Dali surgiram filmes, videoclipes, merchandising pesado e todo tipo de “ei você, veja a minha arte!” O que é tão louvável quanto crucial quando vemos – assim como eu vi hoje – bandas já famosas se adaptando ao mundo do cinema e lançando shows em forma de filmes. Aí chegamos ao que conecta nossas idéias. Com mais facilidades e a necessidade desta expansão, admiradores compulsivos começam a aparecer. E derivam de todo o tipo na história: Da Beatlemania até os mais diversos fanáticos sensatos. Dos deuses não gregos criados como inigualáveis até as heterogeneidade que destrói eles hoje em dia. Àqueles ou à estes os deuses gregos pouco se assemelham.

Parece que a modernização começada pelos Beatles atingiu um grau de banalidade tal que a emoção de um show é adaptada a experiência de uma tela de cinema. É claro e evidente que a emoção de um cinema é tão parecida com a de um espetáculo qualquer. Vide o tangível as nossas próprias sensibilidades quando estamos próximos da coisa que tanto prezamos. Mas será lá que a emoção não está sobrecarregada de alguma posição maior do artista em relação ao seu apreciador? Um artista não é nada mais do que um expositor de sua arte. Não deve ser posto num pedestal. Como somos humanos: nos os pusemos nestes pedestais tão altos que o próprio senso comum confunde sensações de admiração com a histeria.

Mesmo na época dos Beatles, tudo era uma grande histeria de admiração e euforia. E a proposta do mundo que onde estamos não é puramente filosófica em relação ao outro em que vivíamos. Excede a filosofia, e por isso a contêm em essência. É diferente aquele que berra – como uma mulher naquela sala de cinema - daquele que apóia e realmente acredita na mensagem de sua banda favorita. Vivemos numa teia de costumes que nos previne dessa moratória contra a proximidade ao nosso admirado. Tudo é muito inatingível. E ainda mais naqueles que tem em si um coração mais xiita para suas posições. Choramos como nunca um amante da arte grega, choraria. Estamos ligados em 220 volts.

Por estarmos nessa fase de grandes possibilidades é que os mais expressivos e populares artistas existentes colecionam empreitadas nas mais diferentes formas de mídia. Um exemplo prático disso é hoje: fui ver U23D, onde a exaltação a esse tipo é mais maquiada. Confesso que nunca tinha visto um filme-show antes. Se o filme for em 3d então a sala de cinema entra em parafuso como se estivesse mesmo um palco em nossa frente. Contudo não podemos mudar muito deste cenário deprimente. O mundo se tornou essencialmente movido pela lucratividade, e que eu mesmo me desculpe dessa minha afirmação: estamos caminhando por um atalho que dispensa qualquer dicionário ou ignorância sobre o artista que admiramos. Tudo é fácil, rápido e orgânico. Senão imperceptível ao olho comum. Aplaudamos cegos como somos. Viva a arte do século XXI! Mas o que seria esta arte? Ninguém saberá se estamos cegos demais, ou então somos visionários como nenhum poderia ser anteriormente. Precisamos aproximarmos de nossa época e esquecermos o vinil antigo e o artista inalcalçável. Idolatrar e idealizá-lo como sempre fizemos. Seja com quaisquer preceitos, devemos seguir o fluxo comum da humanidade.


(Fernando Pereira Impagliazzo, abrindo a sessão de crônicas e críticas do coroinha popstar.)
VIVA LAS VEGAS BEIBE AHUEHAIHUIEHA